
04 - Monumento a Barca
O Monumento A Barca em Joinville homenageia os primeiros imigrantes alemães que chegaram à cidade em 1851. Representando a jornada e os desafios enfrentados pelos pioneiros ao desbravarem novas terras, a escultura simboliza a coragem e a resiliência desses colonizadores que moldaram a história e a cultura de Joinville. Localizado próximo ao centro histórico, o monumento é um tributo às raízes e tradições da cidade.
Enquanto você caminha até o atrativo escute o áudio.

04 - Monumento a Barca
R. 9 de Março, 100 - Centro, Joinville - SC, 89201-400

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O monumento "A Barca", foi feito por César Dobner quando Joinville completou 150 anos. Ela representa 118 histórias de pessoas que deixaram seu país em busca de algo melhor para suas famílias. Para você entender melhor por que essas pessoas vieram para cá, precisamos voltar um pouco no tempo e entender alguns fatos históricos:
Europa, 1789, Revolução Francesa: o povo não aceitava mais viver na extrema pobreza enquanto os reis e toda a burguesia viviam desfrutando a vida. Essa revolução mudou completamente a estrutura política, social e econômica do mundo. De 1815 a 1845, a Europa colhia os frutos dessa revolução; os reis estavam caindo ou fugindo e a sociedade estava machucada por tanta fome, falta de oportunidades e conflitos sociais.
Em 1848, o príncipe de Joinville, aquele cuja história contei no Museu de Imigração, estava na Argélia. Quando soube que havia uma revolução na França, ficou com medo e teve que se exilar, com Francisca e sua família, na Inglaterra. Então começou a faltar dinheiro, e ele lembrou de suas terras no sul do Brasil, decidindo fazer dinheiro com elas.
Naquela época, haviam algumas empresas na Europa que faziam o transporte de imigrantes para a América, um excelente negócio. O Príncipe de Joinville fechou contrato com o senador Christian Mathias Schroeder, que morava em Hamburgo, na Alemanha e, em 1850, abriu a Sociedade Colonizadora de Hamburgo, começando naquele mesmo ano o transporte dos primeiros imigrantes. No contrato firmado com o príncipe e o governo brasileiro, Schroeder era responsável pelo transporte dos imigrantes e por fornecer, durante dois anos, um lugar para morar, comida, ferramentas de trabalho e sementes para as pessoas iniciarem suas produções agrícolas. Além disso, precisava construir igrejas, hospitais, escolas e estradas, transformando essa área de mata e mangues em uma pequena cidade.
Em 9 de março de 1851, a Barca Colon e outras barcas menores chegaram ao porto de São Francisco do Sul e em embarcações menores chegaram à Joinville com 118 pessoas vindas da Alemanha, Suíça e Noruega. Ao chegarem, não encontraram exatamente o que lhes havia sido prometido, mas não tinham opção de voltar após dois meses de viagem e com a situação difícil na Europa. Os noruegueses acabaram praticamente todos indo para o Rio de Janeiro, enquanto os alemães e suíços ficaram. Sem muita escolha, arregaçaram as mangas, pegaram suas enxadas e começaram a ajudar a construir a cidade.
De março a dezembro daquele ano, a colônia recebeu 400 imigrantes, a maioria da Alemanha. A comunidade era muito unida e trabalhadora e, em poucos anos, a colônia já tinha cara de cidade. Onze anos depois da chegada da Barca Colon, Joinville já contava com 70 engenhos de mandioca, 32 de açúcar, 12 carpinteiros, 12 sapateiros, 4 torneiros, uma fábrica de guarda-chuvas, 5 fábricas de charutos e 2 estaleiros.
2x Vale lembrar que quando os imigrantes chegaram aqui, já havia uma população estabelecida na região a pelo menos 50 anos. Eram famílias de origem portuguesas e africanas. Que foram fundamentais para o sucesso da colonização e para o desenvolvimento da cidade pois eram pessoas que já conheciam essas terras e ajudaram os imigrantes a se estabelecerem. Inclusive temos em Joinville a Sociedade Kênia Clube que é um Clube Social Negro e patrimônio Imaterial de Joinville.
Atrás do Monumento A Barca está a Prefeitura de Joinville e, do outro lado da rua, a esquerda a Praça Dario Salles. Na praça tem o Monumento Hans Dieter Schmidt, filho do fundador da empresa de fundição Tupy, que rapidamente colocou a empresa joinvilense no patamar de líder em fundição na América Latina. Hoje, a Tupy é uma das empresas centenárias de Joinville que atende o mercado global. Essa obra foi feita pelo Artista Edson Machado, irmão do Juarez Machado.
Depois da Barca iremos caminhar pela Beira Rio, passando em frente a Prefeitura de Joinville, sentido Museu de Sambaqui. Quando você chegar lá aperta o play do próximo áudio.